sexta-feira, 6 de agosto de 2010

ONDE ESTÁ A TÃO PROMETIDA PAZ NA TERRA?

Será que os anjos mentiram?

“E subitamente apareceu como o anjo uma multidão da milícia celestial louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens a que ele quer bem” (Lc. 2:13-14).
Como toda cena, as palavras proferidas pelos anjos nos campos, aos pastores, também foram sobrenaturais! Elas pareciam remotas, sonhadoras, irreais! Até hoje há quem diga que aquela proclamação angelical foi uma miragem, um sonho sem fundamento, uma simples retórica.
Temos de admitir que a paz alardeada esta sendo muito bem guardada em algum esconderijo, e que a boa vontade não tem entrelaçado os homens em fraternidade.
Naquela noite, a paz foi prometida; a boa vontade proclamada. Será possível que tenhamos deixado de lado algum condicional, ou imperativo, que faria com que essas duas preciosas promessas fossem cumpridas? Será que existe alguma explicação lógica para essa aparente ilusão?
Será que algum fator de vital importância, tipo “causa e efeito”, está sendo omitido, sendo assim responsável por esse triste fracasso?

Mensagem incompleta

Dizem, e quando não o fazem, pensam:
-Onde está a boa vontade entre os homens?
-Onde está a paz que nos foi prometida?
Ocorre que, a mensagem apresentada até aqui, não está completa. Não foi dada atenção à frase inicial pronunciada pelos anjos: ”Glória a Deus nas alturas...”.
-Onde está a glória a Deus?
Aí é que está! Nós simplesmente omitimos essa primeira parte. Começamos pelo final e excluímos o início. Qual é a mensagem completa dos anjos, com todas as partes harmonicamente dispostas?
“Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens a que ele quer bem”. (Lc. 2:13-14).
Paz não é algo avulso, sem relação com o restante. A paz está ligada à outra parte da frase e é completamente dependente dela. A paz é resultado de fruto de determinados relacionamentos e, se esses relacionamentos forem assegurados, a paz será inevitável.
Vejamos alguns exemplos: “Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz, aquele cujo propósito é firme;porque ele confia em Ti” (Is. 26:3). “Grande paz têm os que amam a tua lei...” (Sl. 119:165). “Justificados, pois, mediante a fé, tenhamos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm. 5:1).
Em cada uma dessas passagens das Escrituras, a paz é apresentada não como raiz, mas como fruto; o fruto de uma justiça pessoal com Deus. E é exatamente aí que a mensagem dos anjos começa para os pastores, nos campos próximos a Belém. Não começou com boa vontade entre os homens nem com paz na terra, mas com o fator que a produziria: “Glória a Deus nas alturas”.
No entanto, devemos perguntar em meio aos dia escuros pelos quais atravessa a raça humana, em meio a tanta má vontade, a conflitos raciais, e a greves, onde nosso pensamento se inicia? Será que é no mesmo lugar onde começou a mensagem dos anjos, na correção do supremo relacionamento, na reconciliação entre Deus e a raça humana?
Se tão somente déssemos glória a Deus nas alturas, a paz na terra nos seria assegurada e a boa vontade entre os homens estaria presente.

Um Relacionamento vital

Mas... que tipo de relacionamento é esse que dá “glória a Deus nas alturas?” Como termos um relacionamento com Deus que seja tão vital, a ponto de Lhe darmos glória e então recebermos automaticamente as outras bênçãos que possibilitarão um bom relacionamento com os outros seres humanos?
Aquele cujo aniversário comemoramos no Natal, nos deu a maior das dicas: Ele mesmo a disse respeito de si mesmo: “Eu sou o Caminho”. (Jô. 14:6). Um bom relacionamento com Cristo é a chave para um bom relacionamento com Deus.
E que tipo de relacionamento devemos ter com Jesus? Ele requer entrega total de nossas vidas; que aceitamos sem restrições Sua direção e que nos submetamos à Sua vontade e ao poder de Sua graça salvadora. Ele nos chama, primeiramente, para O recebermos como Salvador e depois que nos dediquemos, em submissão e obediência, ao Seu senhorio em nós.
Não há como darmos esses passos como uma coletividade, seja raça, povo, nacionalidade ou mesmo como uma multidão. É a entrega particular de cada vida a um Salvador, a um Senhor que se torna pessoal.
Paz entre os homens só poderá existir quando introduzida de forma individual por aquela pessoa que já está em paz com Deus, tendo sido justificada e santificada no poder redentor do amor e graça de Jesus. O mundo não pode ser salvo em multidões. Não há como através de ligas e tratados, levar o mundo como um todo, a um estado de paz congênita e fraternal. Salvação e paz só podem ser encontradas quando entregamos de forma pessoal nossas vidas a Cristo, o Salvador.
Submetamo-nos, então, à glória de Deus. Essa foi a primeira frase da mensagem dos anjos: “Glória a Deus nas alturas” (Lc. 2:14). Uma pessoa, um ser humano, um indivíduo, em paz com o Altíssimo!
Aí, então, haverá paz na terra e boa vontade entre os homens. A mesma mensagem que se inicia com “Glória a Deus...” termina com “boa vontade entre os homens”. Primeiro a glória, depois a paz! Essa é a mensagem do Natal. Isso é Cristianismo!
A mensagem dada pelos anjos foi uma enganação? Teriam eles debochado do mundo ao prometerem algo que não seria cumprido? Será que os amedrontadores eventos de nosso mundo atual não serão provas inequívocas de que o conteúdo da mensagem era verdadeiro e que sua omissão não ficaria na impunidade?
Como seria bom se todos os homens e mulheres cessassem suas lutas e ouvissem a mensagem dos anjos!
Como seria bom se cada palavra ali pronunciada ou desse ser ouvida em cada bairro, cidade e estado de todas as nações do mundo! No entanto..... é imprescindível que a mensagem seja ouvida e compreendida em sua íntegra, e não somente a parte que nos interessa:
“GLÓRIA A DEUS NAS MAIORES ALTURAS, E PAZ NA TERRA ENTRE OS HOMENS”.

John Henry Jowett
(revista Lar Cristão ano 23 – nº 111)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O MITO DA FAMÍLIA PERFEITA – II Tm. 1:3-6



Exemplos de família problemáticas na Bíblia, piores que a média das nossas.
Já na primeira, marido e mulher não se entenderam na hora de assumir a culpa pelo erro que foi dos dois. Cada um tentou imputar a responsabilidade ao outro.

Abraão, o pai da fé, para atender uma exigência da esposa Sara,
Isaque, o filho da promessa de Deus, não conseguiu ser respeitado na velhice e foi ludibriado,
Jacó, o fundador de uma nação que seria uma benção de Deus para o mundo, teve filhos capazes de vender um dos irmãos, dá-lo como morto e chorar rios de lágrimas na hora do luto.
Moisés e Zípora se desentenderam acerca da educação do seu filho, a ponto de o filho ser objeto de violência física por parte dos pais.
Arão, irmão de Moisés e seu principal líder na fuga do povo para a terra prometida, teve que engolir em seco a morte de dois dos seus dois filhos, ambos sacerdotes, executados por Deus, ao promoverem um fogo estranho na hora do culto.
Tendemos a olhar para famílias vizinhas, especialmente no seio das igrejas, como perfeitas e as nossas como imperfeitas.
Filhos tendem a ver certos pais como maravilhosos: “ah! Se eu tivesse um pai como o da minha amiga.
Os pais olham com saudade os filhos da família x: “como são unidos, como são educados, como são dedicados”, etc.
A esposa telefona para a amiga e o marido dela já chegou, enquanto o seu, sabe lá que horas vai chegar... Bem, sobre o esposo não vou dar nenhum exemplo, porque eles estão sempre satisfeitos, ou não?
Não existe família perfeita, em que todos acordam de bom-humor, dão bom dia para todos, tomam café juntos alegremente, oram de mãos dadas e saem para o trabalho ou para a escola, de lá telefonam uns para os outros para dizer como vão as coisas.
Há um erro também: não enxergar os problemas da família, que é uma forma de fugir dos problemas.
Primeiro lugar a nossa família, depois a dos outros. Porque na nossa toda hora é hora da verdade. Nós sabemos que na nossa família há inveja, há desamor, há egoísmo, há desinteresse por Sua palavra...Etc.
Nossa família não é perfeita, mas devemos desejar que o seja. Assim como busco a estatura do varão perfeito, sabendo que jamais serei perfeito nesta vida, busco uma família para mim onde valha a pena viver. Deixemos de lado as fantasias, mas curtamos as utopias.
2. UMA FAMÍLIA PERFEITA?
A FAMÍLIA DE Lóide (Loide ou Loydes), Eunice e Timóteo não é uma família perfeita. Pelo menos, falta gente nela. Não se fala do avô e nem do pai. Seria Timóteo uma produção independente? Não, que à época o modismo inexistia...
Podemos especular, por exemplo, que os maridos de Lóide e Eunice não eram crentes, fato ainda hoje muito comum... Talvez as duas tenham sido evangelizadas por Paulo e depois tenham evangelizado o neto/filho 91.5).
Assim mesmo, o elogio de Paulo nos fala não de uma família perfeita, mas de uma família onde imperavam algumas atitudes, que vale a pena recordar.
2.1 Conflitos de gerações, mas sob controle
Timóteo com a mãe e a avó, e com Paulo. Sem conflito (sem, não, mas sem perturbar as relações entre eles) de gerações. Os conflitos são saudáveis: cada geração tem uma visão diferente, que não é melhor. O problema é o pai achar que seu modelo de vida é superior aos dos filhos. Não é. O problema é o filho achar que seu modelo é moderno e o do pai, antiquado....
Timóteo aprendeu a ouvir dos mais velhos.
O respeito pelos mais velhos. Os mais velhos precisam te uma percepção mais positiva dos mais jovens: nem sempre estão no caminho errado.....
Timóteo era capaz de chorar por Paulo. O sofrimento de Paulo (a circunstância não é mencionada) foi adotado por Timóteo como sendo o seu sofrimento. Não predominou o “cada um na sua”...
Paulo estava ansioso por ver Timóteo e se divertir.... (1:4b) Timóteo devia contar muitas piadas. Talvez conduzisse Paulo para passear, Paulo que talvez tivesse sérios problemas de visão. Se pudesse, Paulo levaria Timóteo sempre consigo, como se fosse um filho. Aliás, ele o chamava de filho(1.2).
Em síntese, devemos cultivar a amizade, no seio da família, não importa a faixa etária. Ninguém é melhor do que ninguém; apenas diferente. Juventude não é virtude. Velhice não é doença. São apenas etapas da vida.
2.2. A vivência da fé, mas pessoalmente
A fé não pode ter segunda geração. A fé paterna não salva o filho. O pecado paterno não desgraça o filho. Cada um tem a sua responsabilidade... a fé tem que ser algo pessoal. Timóteo foi educado na fé, mas a fé era sua (1.5c). devemos nos alegrar por ter uma família que busca a santidade e busca servir a Deus. Paulo dava graças a Deus porque, desde seus antepassados, servia a Deus (1.3a). Embora ele errasse nas suas escolhas (quando perseguiu os cristãos), ele agiu segundo uma consciência pura (1.3ª). Precisamos guardar o que nos foi confiado (a fé viva e a doutrina correta). (6.20).
2.3 A parte da educação cristã
Esta é a tarefa da família. Não é fácil pelo ritmo de vida que temos hoje. Mas não deve ter sido fácil para Lóide e Eunice.
Educação é palavra. Educação é atitude. As duas têm que estar juntas. Eu posso pregar a verdade, ensinar a verdade, exaltar a verdade, mas não posso pedir ao meu filho que diga, ao telefone, que eu não estou em casa, se eu estou. Todas as minhas palavras foram deletadas pelo vírus da minha atitude no disco rígido da mente do meu filho. Eu posso até remover o vírus, mas jamais removerei o ensino que ministrei: a mentira tem valor...
3. Se queremos uma família melhor – Partamos de onde estamos, devemos dar graças pelo que somos como família (1.3a) e pedir a Deus para chegar onde queremos.
Nada de fantasia (a família do irmão “y” não é melhor do que a minha) e tudo de utopia.
3.1 Oremos uns pelos outros
Devemos orar uns pelos outros na família. Paulo adotou a família de Timóteo como sendo sua. Por isso, orava sem cessar por ela (1.3b).
Os pais oram pelos filhos. Os filhos oram por seus pais e irmãos.
3.2 Reconheçamos nossas armas nesta guerra pela paz na família (1.7)
Poder = capacidade de fazer, de mudar, se queremos. O poder é fruto da oração. É Deus que nos dá poder. E Ele quem nos fortalece (nos dá força, nos dá poder).
Amor = os fins não justificam os meios, mesmo quando queremos o melhor para nossa família. Se o amor ficar de lado, nada importará. Nós temos a capacidade de amar. Esta capacidade pode ter estar obliterada pelas experiências dolorosas que vamos acumulando... Mas se a chama do amor não foi apagada... Numa família cristã a chama do amor não pode se apagar. Se apagar, pode ser uma família, mas não uma família cristã. O amor é um sentimento a ser aprendido e desenvolvido. A gente nasce amada, mas não nasce amando. Tem que aprender. Se temos esta disposição, Deus nos fortalecerá o amor, se deixarmos que ele o fortaleça.
Moderação = sem alarmismo, sem conformismo diante da sociedade, mesmo diante das mudanças. Não adianta ter saudade do tempo em que todos almoçávamos juntos.. Este tempo, se algum dia houve, não volta mais, Moderação é sabedoria de vida... Se a pedirmos a Deus e fizermos a nossa parte, nós teremos sabedoria (e, com ela, moderação) para viver.
Não estamos sozinhos nesta guerra. Reconheçamos nossas armas. Utilizaremos nossas armas.
O que você deve fazer para restaurar as imperfeições de sua família?
1. Reconhecer as imperfeições de sua família, vendo-as como reflexo do pecado, condição em que se encontra qualquer ser humano. “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm. 3.23). Portanto, toda família tem defeitos.
2. Entender que as imperfeições de sua família não implicam, necessariamente, que não há mais saída ou que não exista cousas boas no seu lar. Isto porque Deus sempre exercerá misericórdia sobre a família.
3. Lute você mesmo, assim como José, para restaurar a felicidade no seu lar. Seja o redentor da sua família.
4. Agradeça a Deus pela família que você tem. Ele não errou em ter lhe dado esses pais e irmãos.

Pr. Marcos Barbosa
(extraído INFORMATIVO IARC – EDIÇÃO 76 – ANO 7)