segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O MITO DA FAMÍLIA PERFEITA – II Tm. 1:3-6



Exemplos de família problemáticas na Bíblia, piores que a média das nossas.
Já na primeira, marido e mulher não se entenderam na hora de assumir a culpa pelo erro que foi dos dois. Cada um tentou imputar a responsabilidade ao outro.

Abraão, o pai da fé, para atender uma exigência da esposa Sara,
Isaque, o filho da promessa de Deus, não conseguiu ser respeitado na velhice e foi ludibriado,
Jacó, o fundador de uma nação que seria uma benção de Deus para o mundo, teve filhos capazes de vender um dos irmãos, dá-lo como morto e chorar rios de lágrimas na hora do luto.
Moisés e Zípora se desentenderam acerca da educação do seu filho, a ponto de o filho ser objeto de violência física por parte dos pais.
Arão, irmão de Moisés e seu principal líder na fuga do povo para a terra prometida, teve que engolir em seco a morte de dois dos seus dois filhos, ambos sacerdotes, executados por Deus, ao promoverem um fogo estranho na hora do culto.
Tendemos a olhar para famílias vizinhas, especialmente no seio das igrejas, como perfeitas e as nossas como imperfeitas.
Filhos tendem a ver certos pais como maravilhosos: “ah! Se eu tivesse um pai como o da minha amiga.
Os pais olham com saudade os filhos da família x: “como são unidos, como são educados, como são dedicados”, etc.
A esposa telefona para a amiga e o marido dela já chegou, enquanto o seu, sabe lá que horas vai chegar... Bem, sobre o esposo não vou dar nenhum exemplo, porque eles estão sempre satisfeitos, ou não?
Não existe família perfeita, em que todos acordam de bom-humor, dão bom dia para todos, tomam café juntos alegremente, oram de mãos dadas e saem para o trabalho ou para a escola, de lá telefonam uns para os outros para dizer como vão as coisas.
Há um erro também: não enxergar os problemas da família, que é uma forma de fugir dos problemas.
Primeiro lugar a nossa família, depois a dos outros. Porque na nossa toda hora é hora da verdade. Nós sabemos que na nossa família há inveja, há desamor, há egoísmo, há desinteresse por Sua palavra...Etc.
Nossa família não é perfeita, mas devemos desejar que o seja. Assim como busco a estatura do varão perfeito, sabendo que jamais serei perfeito nesta vida, busco uma família para mim onde valha a pena viver. Deixemos de lado as fantasias, mas curtamos as utopias.
2. UMA FAMÍLIA PERFEITA?
A FAMÍLIA DE Lóide (Loide ou Loydes), Eunice e Timóteo não é uma família perfeita. Pelo menos, falta gente nela. Não se fala do avô e nem do pai. Seria Timóteo uma produção independente? Não, que à época o modismo inexistia...
Podemos especular, por exemplo, que os maridos de Lóide e Eunice não eram crentes, fato ainda hoje muito comum... Talvez as duas tenham sido evangelizadas por Paulo e depois tenham evangelizado o neto/filho 91.5).
Assim mesmo, o elogio de Paulo nos fala não de uma família perfeita, mas de uma família onde imperavam algumas atitudes, que vale a pena recordar.
2.1 Conflitos de gerações, mas sob controle
Timóteo com a mãe e a avó, e com Paulo. Sem conflito (sem, não, mas sem perturbar as relações entre eles) de gerações. Os conflitos são saudáveis: cada geração tem uma visão diferente, que não é melhor. O problema é o pai achar que seu modelo de vida é superior aos dos filhos. Não é. O problema é o filho achar que seu modelo é moderno e o do pai, antiquado....
Timóteo aprendeu a ouvir dos mais velhos.
O respeito pelos mais velhos. Os mais velhos precisam te uma percepção mais positiva dos mais jovens: nem sempre estão no caminho errado.....
Timóteo era capaz de chorar por Paulo. O sofrimento de Paulo (a circunstância não é mencionada) foi adotado por Timóteo como sendo o seu sofrimento. Não predominou o “cada um na sua”...
Paulo estava ansioso por ver Timóteo e se divertir.... (1:4b) Timóteo devia contar muitas piadas. Talvez conduzisse Paulo para passear, Paulo que talvez tivesse sérios problemas de visão. Se pudesse, Paulo levaria Timóteo sempre consigo, como se fosse um filho. Aliás, ele o chamava de filho(1.2).
Em síntese, devemos cultivar a amizade, no seio da família, não importa a faixa etária. Ninguém é melhor do que ninguém; apenas diferente. Juventude não é virtude. Velhice não é doença. São apenas etapas da vida.
2.2. A vivência da fé, mas pessoalmente
A fé não pode ter segunda geração. A fé paterna não salva o filho. O pecado paterno não desgraça o filho. Cada um tem a sua responsabilidade... a fé tem que ser algo pessoal. Timóteo foi educado na fé, mas a fé era sua (1.5c). devemos nos alegrar por ter uma família que busca a santidade e busca servir a Deus. Paulo dava graças a Deus porque, desde seus antepassados, servia a Deus (1.3a). Embora ele errasse nas suas escolhas (quando perseguiu os cristãos), ele agiu segundo uma consciência pura (1.3ª). Precisamos guardar o que nos foi confiado (a fé viva e a doutrina correta). (6.20).
2.3 A parte da educação cristã
Esta é a tarefa da família. Não é fácil pelo ritmo de vida que temos hoje. Mas não deve ter sido fácil para Lóide e Eunice.
Educação é palavra. Educação é atitude. As duas têm que estar juntas. Eu posso pregar a verdade, ensinar a verdade, exaltar a verdade, mas não posso pedir ao meu filho que diga, ao telefone, que eu não estou em casa, se eu estou. Todas as minhas palavras foram deletadas pelo vírus da minha atitude no disco rígido da mente do meu filho. Eu posso até remover o vírus, mas jamais removerei o ensino que ministrei: a mentira tem valor...
3. Se queremos uma família melhor – Partamos de onde estamos, devemos dar graças pelo que somos como família (1.3a) e pedir a Deus para chegar onde queremos.
Nada de fantasia (a família do irmão “y” não é melhor do que a minha) e tudo de utopia.
3.1 Oremos uns pelos outros
Devemos orar uns pelos outros na família. Paulo adotou a família de Timóteo como sendo sua. Por isso, orava sem cessar por ela (1.3b).
Os pais oram pelos filhos. Os filhos oram por seus pais e irmãos.
3.2 Reconheçamos nossas armas nesta guerra pela paz na família (1.7)
Poder = capacidade de fazer, de mudar, se queremos. O poder é fruto da oração. É Deus que nos dá poder. E Ele quem nos fortalece (nos dá força, nos dá poder).
Amor = os fins não justificam os meios, mesmo quando queremos o melhor para nossa família. Se o amor ficar de lado, nada importará. Nós temos a capacidade de amar. Esta capacidade pode ter estar obliterada pelas experiências dolorosas que vamos acumulando... Mas se a chama do amor não foi apagada... Numa família cristã a chama do amor não pode se apagar. Se apagar, pode ser uma família, mas não uma família cristã. O amor é um sentimento a ser aprendido e desenvolvido. A gente nasce amada, mas não nasce amando. Tem que aprender. Se temos esta disposição, Deus nos fortalecerá o amor, se deixarmos que ele o fortaleça.
Moderação = sem alarmismo, sem conformismo diante da sociedade, mesmo diante das mudanças. Não adianta ter saudade do tempo em que todos almoçávamos juntos.. Este tempo, se algum dia houve, não volta mais, Moderação é sabedoria de vida... Se a pedirmos a Deus e fizermos a nossa parte, nós teremos sabedoria (e, com ela, moderação) para viver.
Não estamos sozinhos nesta guerra. Reconheçamos nossas armas. Utilizaremos nossas armas.
O que você deve fazer para restaurar as imperfeições de sua família?
1. Reconhecer as imperfeições de sua família, vendo-as como reflexo do pecado, condição em que se encontra qualquer ser humano. “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm. 3.23). Portanto, toda família tem defeitos.
2. Entender que as imperfeições de sua família não implicam, necessariamente, que não há mais saída ou que não exista cousas boas no seu lar. Isto porque Deus sempre exercerá misericórdia sobre a família.
3. Lute você mesmo, assim como José, para restaurar a felicidade no seu lar. Seja o redentor da sua família.
4. Agradeça a Deus pela família que você tem. Ele não errou em ter lhe dado esses pais e irmãos.

Pr. Marcos Barbosa
(extraído INFORMATIVO IARC – EDIÇÃO 76 – ANO 7)

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