terça-feira, 12 de outubro de 2010

BENDITA OU MALDITA LÍNGUA?

Hoje quero falar com você sobre um mal que assola todos nós: a nossa própria língua!

E se você me disser que não tem problemas com a sua língua, parabéns! Você já chegou à perfeição, pois Tiago diz assim em sua epístola: “Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo” (Tiago 3:2).

Quem ler somente esse versículo poderá querer corrigir os problemas no lugar errado. Mas quem continuar a leitura até o verso 12, descobrirá que a raiz do problema está no coração.

Quantas pessoas andam pela vida feridas, machucadas, desiludidas e ofendidas por uma simples palavra e a pessoa que a pronunciou nem sequer sabe disso.

Em alguns casos a palavra ferina, sarcástica, ofensiva, já se tornou um estilo de vida; nem percebemos, às vezes, que nossas palavras, como flechas acessas e envenenadas vão levando dor e tristeza aos nossos semelhantes. Leia outra vez o que diz Tiago:

“Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno. Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano; a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero. Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce.”
Tiago 3:6-12

Existem muitos tipos de desculpas que inventamos para continuar usando a palavra dura. Algumas são:

- “Sempre digo a verdade”.
- “Sou muito franco”.
- “Comigo não existem meias palavras”.
- “Sou sincero”.
- “Eu não ando com rodeios, o que tenho de dizer, eu digo”.

Quem diz que a verdade e a honestidade machucam ou ferem alguém? As pessoas não são feridas pela verdade nem pela sinceridade, mas pela maneira com que essa “verdade” é dita.

“O que guarda a boca e a língua guarda das angústias a sua alma.”
Provérbios 21:23

Veja alguns outros princípios que valem a pena considerar:

Use palavras com economia. Quanto mais você fala, maior o risco de dizer algo que o fará arrepender-se. Seja cauteloso com o que fala e a forma como fala. “Quando são muitas as palavras, o pecado está presente, mas quem controla a língua é sensato” (Provérbios 10:19 NVI).

Use palavras para curar, não para ferir. O que falamos pode cortar com a precisão cirúrgica de um bisturi. Nossa intenção não deveria ser ferir, e sim produzir ações corretivas e, se necessário, curar relacionamentos. “Há palavras que ferem como espada, mas a língua dos sábios traz a cura” (Provérbios 12:18).

Use palavras com discernimento. Para realizar nosso propósito é melhor expressarmos nossos pensamentos da maneira mais apropriada para atingir a audiência que visamos. “O seu falar seja sempre agradável e temperado com sal, para que saibam como responder a cada um” (Colossenses 4.6).

Como controlar a língua sem controlar o coração? E como controlar o coração sem permitir que Jesus habite nele? Não podem existir dois controles!

Se você percebe que tem dificuldades com a língua, falando coisas certas nos momentos inoportunos, ou falando inverdades pelo gosto de falar, ou dizendo boas coisas de maneira errada, e você sente que essa atitude lhe trouxe muitos problemas na vida, acredite, o segredo não é fechar os olhos e contar até dez antes de falar. Esse método é humano e os métodos humanos só curam por fora. O verdadeiro remédio é ir a Jesus e viver com Ele uma vida de comunhão permanente.

E só mais uma coisa: Da próxima vez que estiver prestes a reclamar ou criticar, faça uso de cortesia e de tato, não importando quais sejam seus sentimentos sobre a questão. Os resultados certamente serão mais agradáveis.

Deus te abençoe!

Um comentário:

Anônimo disse...

Sábias palavras, parece que foram feitas pra mim, principalmente o trecho que diz " sempre falo a verdade, sou muito franco" . Muitas vezes percebo, porém me tornei tão dura que não consigo me conter. Não diria que sofro porque já ultrapassei essa barreira do sofrimento, do se importar com alguém. Eu queria poder ser diferente, ter sentimentos que não fossem magoas, rancor, tristezas, revolta em fim um vazio imenso que me consome pouco a pouco. Também sei que dizem e até uso essas palavras com outras pessoas, que tudo depende apenas de querermos, mas não funciona comigo, não consigo. Desculpa pelo desabafo, mas ninguém consegue me entender e muito menos me escutar, até entendo porque quem vai querer perto de alguém que demonstra tanta fraqueza. Então vivo o que não sou.